domingo, 20 de fevereiro de 2011

O património de Odivelas já desaparecido

Há por aí quem use o verbo amar, abusivamente. Quem diz amar o património de Odivelas e nada fez para o defender das inúmeras agressões de que tem sido vítima, não conhece o significado deste termo.
Já desapareceu o que restava do paço real de D. Dinis, a primeira casa da Madre Paula, o coro da igreja do mosteiro, os 4 dólmens de Trigache o dólmem das batalhas, as azenhas na ribeira. E isto é o que eu tenho conhecimento. Com certeza que haverá muito mais. O interior da casa da Madre Paula era de uma grande beleza. Destruí-la, foi um acto de barbárie. O que me espanta é que no século XXI as barbaridades continuem e digam que são legais. Um país que tem leis assim, não é civilizado, porque não defende as suas memórias.
A petição para abrir o mosteiro aos fins de semana, tem o objectivo de o defender. Se os odivelenses o conhecessem, seria fácil motivá-los para o defenderem dos bárbaros. Se conhecessem as memórias da rua da Fonte, teriam impedido "o monstro".

2 comentários:

  1. Há os que ficam nas memórias pelos erros que cometeram, mas a esses, a história não os absolve como os tribunais.E esses erros perdurarão, para seu castigo.

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  2. Vejo que ficou sentida com o meu comentário. Devo apontar, desde já, que o coro da igreja não foi destruído. Aliás, há muitos anos que as alunas são proibidas de passar por lá, para evitar deteriorações. Quanto ao resto, não haverá a possibilidade de os terramotos que abanaram Lisboa a cada dois séculos, desde o século X, terem tido alguma influência? Relembro que parte da igreja, por exemplo, ruiu com o Terramoto de 1755, daí a diferença arquitectónica notável. Quanto à casa da célebre amante de D. João V, desconheço a história, mas a quem as culpas devem ser apontadas, pois que sejam, não vou dizer que todas as decisões tomadas ali dentro sejam de oiro. Mas enfim, divago. Conhecem a história da ex-aluna e ex-funcionária que, sozinha, escondeu o belíssimo crucifixo que repousa no altar da igreja, para que não fosse roubado, num qualquer período de saque por parte dos habitantes de Odivelas (o número reduzido de Santos na igreja deve-se precisamente aos vários saques)? E a Directora que, em 1974, impediu a populaça de invadir o Mosteiro e provocar certíssima destruição, após o 25 de Abril (relembro que o IO era associado ao regime do Estado Novo, apesar de albergar filhas de vários Capitães de Abril)? As más decisões calham a todos. Espero que não volte a ser questionado o amor das alunas e funcionárias pela Casa. A minha opinião aqui não conta, se querem visitar e têm curiosidade, pois devem ter o direito, mas os valores ali ensinados e que mantiveram grande parte do Mosteiro em pé, não podem ser atacados e vilipendiados.
    Podem conhecer as paredes, mas jamais viverão o Mosteiro de São Dinis pelo que ele é. Desejo-lhes boa sorte com a petição e admito que provavelmente irão conseguir alcançar os fins pretendidos, apenas senti a necessidade de expressar a minha opinião.
    Cumprimentos,
    Fernanda Teixeira

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